As 10 Melhores Séries Vistas em 2015 - 24 Quadros
Trago nesse último dia de 2015
uma matéria retratando as 10 séries que
eu mais gostei, contendo uma grande variação de estilos, formas, produção,
atuações, enredos, histórias que nem sempre são das melhores qualidades, mas que me
marcaram de uma forma que é difícil explicar. Talvez vocês não gostem de
algumas escolhas e suas posições, mas espero conseguir argumentar bem a ponto de
vocês entenderem. E é isso, espero que gostem dessa matéria, pois simplesmente
adorei ver cada uma. Esse ano, apesar de ser uma iniciação a todo esse
“universo” de entretenimento e metáforas, foi realmente muito bom na questão de
séries e continuações de temporadas. Um apreço grande a Netflix que está
praticamente fazendo uma revolução nesse cenário. Vou parar de falar e bora
para a matéria.
10
– Vikings
(3 Temporadas – Criador da Série: Michael Hirst)
Vikings é uma séries que eu acompanho
desde o ano passado. Lembro que vi a 1° temporada uma semana antes da segunda
fase do vestibular da Federal e como fiquei extremamente viciado pelas cenas de
batalhas, pelo sangue derramado e pela grande atuação de Travis Fimmel como Ragnar.
A série por
completo é bem construída, trazendo uma sensação de aventura ao velejar pelo
mar, injetando ao mesmo tempo adrenalina em você quando acompanhamos as
batalhas e as paredes de escudos dos Vikings. Eles sempre aparecem em menor
quantidade e sempre você estará torcendo por eles – aquela típica síndrome de torcer
pelo mais “fraco” diante de inimigos que você odeia. Nós criamos um grande
apreço por essa cultura tão fascinante que é a nórdica e, apesar de – como sempre
– existir aspectos anacrônicos, o criador conseguiu retratar de forma legal o modo de
vida desses escandinavos. Vemos, no final das contas, que eles não são tão “bárbaros”
quanto os próprios “civilizados” da Grã-Bretanha e de Paris. Destaque em
especial para um ilustre protagonista, interpretado de forma perfeita por Travis Fimmel, Ragnar Lothbrok. Ele trás feições tão marcantes que creio que se
outro ator entrasse em seu lugar não conseguiria dar tanta vida ao personagem
quanto ele.
Outro
personagem que gostei bastante foi Largertha,
que ganhou vida pela atuação da belíssima Katheryn
Winnick. É tão bom ver personagens femininas tão fortes e sendo atuadas tão
bem nesses novos tempos que me surpreendi ao ver que elas ganharam bastante
espaço na minha lista.
Aqui vem quase
certo as primeiras caras de espanto: “porque ela não está entre os primeiros?”.
Bem não está porque eu simplesmente acredito que as outras me marcaram mais que
ela. Eu disse marcaram e não que era melhores. Ai entra uma grande diferença,
pois se fosse relacionar com todas as outras em questão de roteiro, produção,
atuação e outras coisas técnicas, ela sem dúvida estaria entre os três
primeiros. Mas a verdade é que não achei uma história muito cativante. O enredo por
outro lado mostra uma complexidade de cenas e montagem de sequencias que beira
a uma obra de arte. A colocação de cada cena, cada fala, interpondo momentos
presentes e momentos passados funcionam de uma forma tão boa que foi um dos
grandes motivos de eu gostar tanto dessa série.
Ela garantiu seu definitivo espaço aqui pelo incrível personagem Rust Cohle em que Matthew Mcconaughey deu vida, corpo e mente; praticamente se
entregou para fazer esse protagonista. Sua mentalidade, seu psicológico, a
construção das falas (agradeço a Nic Pizzolatto por parir esse cara), dos
diálogos e do pensamento é algo tão fascinante em Rust que eu terei que rever a
série para entender ainda mais quem ele é. É um personagem, se me permitem
comparar, que lembram a construção dos personagens de Fiódor Dostoiévski, o
criador de paisagens interiores.
(6 Temporadas, atualmente em hiato da 6° – Desenvolvida por Frank Darabont)
Essa é uma das
primeiras séries que vi, logo em seu segundo ano de exibição. Uma das únicas que acompanho semanalmente. E apesar desses anos vendo-a, apenas em 2015 percebi
como me fascino tanto vendo uma série que retrata sobreviventes. Simplesmente porque elas me fazem refletir a
natureza instintiva humana em circunstancias excepcionais.
É por isso que The Walking Dead está nessa
lista. Basta apenas, você que assistiu até o hiato da 6° temporada, rever a
primeira temporada novamente e ver como aquele grupo, tendo inúmeros
desfalques, lida com as circunstancias atuais. Veja como se transformaram de
simples pessoas (tirando claro, alguns fodas desde o começo) a sobreviventes
que sabem das coisas. Rick era um
policial, mas chegou a um nível tão obscuro de sobrevivente que foi capaz de arrancar um pedaço(não
lembro se era do pescoço ou da orelha) de uma pessoa para salvar seu filho. Por isso que é partir da 3° temporada que vemos como a atuação de Andrew Lincoln é
excepcional. Os momentos de diálogos dramáticos são tão pesados e fodas que
você passa a cultuar o Rick. Ele é aquele cara que você pode jogar cegamente a
sua vida nas mãos dele, e mesmo na pior situação, você vai se sentir seguro.
Apenas confie nele. Só isso...
(2 temporadas, 3° prevista para 2016 – Criador da Série: John Logan)
É uma das
séries que mais me surpreenderam esse ano. Surpreendeu-me tanto que amei desde
o primeiro episódio. Eles são de cerca de 50 minutos, mas o enredo, as cenas,
os diálogos tem seu tempo próprio. Não sei se é coisa minha, mas todo episódio
eu sentia que estava vendo um filme. Um ótimo filme. Isso porque seu ritmo é
completamente diferente de outras séries. É mais ou menos como Breaking Bad.
Ela não tem pressa para apresentar as coisas, isso se ela quiser (brincadeira,
ela apresenta muito bem sua história). Não tem o porquê encher de cena de ação
se você tem um grande elenco e personagens marcantes do começo ao fim. Você
termina de ver um episódio e quer saber sobre a vida de cada um: Dr. Frankenstein, Dorian Grey, Ives, Ethan. Poxa, até do Professor Van Helsing eu quero saber
tudo! Eva Green que da vida a
protagonista Vanessa Ives deveria
ganhar um Oscar. Foda-se se isso é uma série, ela deveria ganhar um Oscar de
atuação sem discussões; e ponto. Não tem como explicar. Vejam e tirem suas
próprias conclusões.
O cenário de
uma Inglaterra beirando o século XX é também muito bom, inserindo um pouco de contexto
histórico como as viagens à África, que trás consigo um novo aspecto à série, inserida
de um jeito muito bom. Vemos também nela muitos contrastes psicológicos e
diálogos de cria e criador que é um balde de água cheia.
6 – Jessica Jones.
(1 Temporada – Criadora da Série: Melissa Rosenberg)
Nunca achei
que filmes de heróis tomariam tanto o cenário atual, revivendo épocas de
quadrinhos e desenhos. Também nunca acreditei que séries de heróis fariam isso
e seriam produções de qualidade. Não preciso dizer que caí da cadeira, não é? A
Marvel enfim têm acertado em suas produções. Foi assim com a maravilhosa série
do Demolidor e foi ainda mais com Jessica Jones. Com a primeira acredito que
eles ainda andavam meios tímidos, não sabendo se faria sucesso; e fez. Com a
segunda senti que eles estavam mais firmes em trabalhar em conjunto com a
Netflix e o resultado foi uma das melhores séries desse ano.
A minha
opinião é de uma pessoa que não leu quadrinhos, não entende muito das
referencias, e por isso acho que gostei muito. Passei a avaliar ela de forma
técnica e como uma série de drama, ação, e – na falta de outra palavra – Jessica Jones. Foi justamente vendo a
protagonista apenas como uma pessoa, e não um herói, que me agradou tanto; ou
melhor, vendo uma detetive. A série trás uma forte e maravilhosa personagem
feminina, (acho ainda mais maravilhoso por ver as mulheres dominando as
telinhas não pelos seus peitos e bundas, e sim por ótimas atuações ) e dessa
vez por parte de produtores e roteirista, a construção dessa personagem,
encaminhada e desenvolvida com cuidado. Mesmo sendo homem eu senti empatia em muitos aspectos dela, e essa
é a chave do sucesso. A atriz Krysten
Ritter, atua tão bem que será difícil ver algum filme ou outra série com
ela que não me faça falar “olha, é Jessica
nesse filme”. Um exemplo é que, mesmo
visto Breaking Bad antes dessa série, lembrarei da atriz como Jessica Jones e falarei para todos que
a Jessica Jones fez 9 episódios em Breaking Bad...Na série conseguimos
delimitar sua qualidade de interpretação principalmente quando aparecem pedaços
de suas lembranças em que ela se mostra alegre e viva, o que contraria em muito
sua imagem atual. A história é apresentada de forma muito agradável, tocando
inúmeras vezes no interior da protagonista, revelando coisas de seu passado que
cada vez mais nos faz querer saber dela.
Porque ela se
tornou a bêbada – pessimista, de ironia obscura – que ela é, começando a
trabalhar de detetive, separando-se de todos e principalmente de sua melhor
amiga? Ela é, como Carol Pearson define,
o arquétipo de Destruidora. E apesar dessa visão pessimista ainda assim
conseguimos enxergar em seu interior a “luz” presente em cada herói. Outra
coisa que me agradou muito em Jessica Jones é ver, até que enfim, um verdadeiro
vilão: Killgrave – interpretado por David Tennat. Criei uma simpatia tão
grande com ele, que passei a considerar um dos melhores vilões da Marvel nas
telonas. De resto, deixo apenas a curiosidade para vocês verem! P.S: O final é
foda demais.
5 – Avatar – A
lenda de Korra.
(4 Temporadas – Criadores da Série: Michael Dante DiMartino e Bryan
Konietzko)
Aqui
provavelmente muitos vão me xingar, mas essa série foi sensacional. Ela na
verdade terminou ano passado, justamente quando a assisti. Esse ano, no
entanto, revi a queridinha da minha infância: Avatar – A Lenda de Aang. Em
seguida parti novamente para a de Korra; e falo: assistir uma segunda vez foi
melhor ainda. Ela é daquelas séries que você vai assistir quase sempre e pelo
resto da sua vida. O bom dessa sequencia é que os produtores fizeram com que
ela acompanhasse aquelas crianças e jovens que assistiam a Lenda de Aang em sua
época. Então encontraremos uma série de desenho para uma idade mais avançada,
sendo, a meu ver, muito boa para adultos.
Ela está em
quinto lugar porque sempre curti todo aquele universo, as 4 nações eo tema
espiritual que permeia toda ela. Sempre tive a pira dos quatro elementos e,
quando era criança (e um pouco atualmente rsrsrsrs) fazia todos os movimentos
de dominação – ou tentava. Toda a ideia da série, toda a construção sua,
recheado de personagens extremamente marcantes e apaixonantes (obrigado Bolin, Tenzin, Meelo, Varrick, Pabu, Bumi e outros
inúmeros) enchendo-nos de risos e lagrimas, faz com que seja incrível. Aqui vemos novamente, e alegremente, uma
protagonista feminina forte, tanto fisicamente quando espiritualmente. A
primeira temporada pelo que percebi é algo mais para que os produtores se achassem,
no entanto não deixa de ser muito boa, trazendo um peso ideológico e o típico
ambiente jovem. A partir da segunda temporada esse clima vai sendo deixado de
lado e a história passa a ficar mais séria, com novas discussões de temas
espirituais, de bem e de mal, com muito mais cenas de ação que nos faz encher
de lágrimas. As decisões de Korra
passam a ter mais peso, e o mundo que ela vive começa a mudar de uma forma
irreparável. A terceira passa então a ser uma das melhores, trazendo um ótimo
vilão - Zaheer -, ritmo eletrizante
e um tema muito mais maduro e ideológico, culminando na 4° que tem um dos
melhores inícios. Ela trás uma Korra em uma das fases mais profundas: a
superação – se reencontrar.
O caso que ela
tinha com Mako, um dominador de
fogo, se enfraquece já no inicio da saga e conforme ela vai se achando e
consolidando seu caráter ela muda, trazendo não apenas um arco final muito bem
aclamado, como mudando completamente aquele desfecho típico, mostrando, no
final das contas, que essa série veio para mudar paradigmas antigos – ou
melhor, o status quo – e demonstrando
definitivamente como até desenhos podem trazer alguns assuntos tão atuais em
nossa sociedade.
4 – Sense 8
(1 temporada, 2° confirmada – Criadores
da Série: Andy e Lana Wachowski e J. Michael
Straczynski)
Sense 8 é uma
das séries mais inovadoras e originais da atualidade. Ela é tão bem produzida,
tão bem construída, trazendo 8 protagonistas de nacionalidades completamente
diferentes que é impossível você não sentir empatia com algum deles. Ela é, na
falta de uma melhor palavra, simplesmente linda. As cenas tocam o seu ser mais
profundo, demonstrando uma ligação de culturas tão diferentes, mas ao mesmo
tempo tão parecidas.
O que une
todos é a simples natureza humana. Os personagens conseguem ser incríveis, os
atores e atrizes fazem um trabalho tão magnífico que complementa muito bem a
grande ideia da série! Vai ser impossível você não sair dela sem ter um
queridinho. Para mim foram o Capheus
(atuado pelo ator inglês Aml Ameen),
que vive no Quênia e mostra ter um coração enorme; e Riley Blue (feita pela maravilhosa e linda Tuppence Middleton) que mora na Inglaterra, uma personagem tão
interessante, sedutora e peculiar. Ela é única. Se mostra tão depressiva, tão
alto destruidora que quando ela sorri simplesmente sinto que há esperança no
mundo – o sol está iluminando minha vida!. Só isso. Há uma cena em que esses
dois se “encontram”, tão pura e sincera que me fez lacrimejar. É raro hoje em
dia você encontrar coisas assim, e quando encontramos, é impossível não se
emocionar. Outro, inclusive, fator que faz essa série entrar nessa lista.
Bem dirigida,
produzida, interpretada, atuado (no entanto não igualmente entre os oito). E
não para por aí, ela trás fortemente temas como lgbt, racismo, pré-conceito,
tradicionalismo, com uma trilha sonora maravilhosa. A ideia que une tudo em uma
história – a no mínimo muito interessante – em uma onda de sentimentos diversos
e maravilhoso, transformar a série em algo único, que você vai amar do começo
ao fim. Deu até vontade de rever agora...
3 – The 100
(2 Temporadas, 3°
estreia em 21 de Janeiro – Desenvolvido por Jason Rothenberg)
Como uma série que anda a sombra das grande produções
conseguiu chegar entre os três primeiros? Lembrai-vos que falei como eu gosto
de sobreviventes? Esse estilo demonstrar as formas mais profundas da alma
humana e de sua natureza, fazendo com que se crie uma história cheio de
significados, e mostrando extremos se confrontando – momentos que se abram brechas, jogando a história para outra direção
impensável.
Os começos da série
tem um clima muito jovem, de curtição. Pensem em 100 jovens menores de idade
voltando a uma região desabitada, sem pais e sem, primeiramente, regras.
Confesso que estava quase largando no primeiro episódio em seus primeiros
minutos. No entanto a música de quando eles chegam, e a personagem Octavia gritando “Voltamos,
putas!”(tradução livre) quando pisa na Terra depois de 97 anos, fez-me abrir um
sorriso. The 100 se mantém nesse clima por algum tempo, mas chega um momento em
que os problemas, antes pequenos, passam a se tornarem grandes, com isso as
decisões passam a serem mais importantes e muitas vezes desesperados. A
história é contada em um ritmo rápido, que, terminando um episódio, você imediatamente
já tem que ver o próximo, e assim até você virar órfão da série, remoendo-se em
um canto, culpando-se por ter terminado rápido. Cuidado, vá com calma! E é
nesse ritmo que se constrói uma gama de personagens muito bons, que ao longo
dos dias que passam num estado de sobrevivência – que vai se tornando cada vez
mais tensos – começam a tomar decisões cruciais para que possam se manter
vivos.
Gostei de ver que o
desenvolvedor da série não tem pena de matar um personagem. Eles sabem
exatamente o momento de inutilizar certos personagens, fechando o centro da
trama cada vez mais, criando com isso um ambiente cada vez mais angustiante.
Nela você verá sangue e muita sujeira incrustada na pele dos personagens
principais. E é disso que eu gostei, nada de rostos limpos; eles são
sobreviventes vivendo momentos de extrema aflição – com jovens morrendo por
todo lado e decisões sendo tomadas de formas precipitadas. Eles evoluem,
crescem em atuação e força, acabam se tornando o fruto do meio tendo que se
adaptar para sobreviver e não terão hesitado em queimar um monte de “selvagens”
para manter todos a salvo. A segunda temporada, lançada esse ano, foi o que
colocou essa série nessa posição. Acabou-se por completo o clima jovem e ganhou
espaço para confronto de extremos, aculturação entre povos, mentiras, traições
e o surgimento de uma das melhores personagens femininas de todos os tempos: Clarke.
Obrigado Eliza Taylor por atuar tão bem e dar cara a essa figura tão marcante
(você aguentou ficar suja por toda a temporada \o/) e intensa. Aqui vemos uma
protagonista muito mudada desde a primeira temporada, que aos poucos vai se
firmando como líder do grupo e se vendo em circunstâncias excepcionais, tendo
como única saída se tornando igualmente excepcional. Ela não vai pensar duas
vezes em salvar o seu povo ou reencontra-lo. Mesmo que isso signifique matar
todo mundo ou arriscar cegamente a própria vida.
E o final dessa 2°
temporada foi perfeita. O arco dela se completou magistralmente, fazendo-me
refletir por muito tempo até que ponto uma pessoa pode chegar por seus
princípios e o quanto ela pode mudar em meio a situações extremas.
2 –
Breaking Bad
(5 Temporadas – Criador da Série: Vince
Gilligan)
O que falar de uma das primeiras séries que vi esse ano e uma das que
mais marcou minha vida? Ela quebrou inúmeras formas clássicas de produzir
séries, trazendo todo um ritmo completamente diferente. Nela o principal não
são as cenas de ação, o tiroteio, nem mesmo as discussões dramáticas. Mas sim o
silêncio. Aqui se torna valorozo o olhar, a expressão facial, o silêncio, a
pura expressão humana. Numa atuação simplesmente devastadora de Bryan Cranston, que deu vida a um grande
ícone desses novos tempos – o professor Walter
White, ou conhecido pela rua como o temeroso Heisenberg –, Breaking Bad inovou e se mostrou extremamente
original, graças também ao grande produtor Vince Gilligan (que eu nunca havia
escutado, mas que manda bem para caralho). Em cada episódio, por todas as cinco
temporadas, entramos no psicológico de Walter
White, e como ele se transforma em um monstro cedendo por dinheiro e
adrenalina. Como é possível um professor careta de química, que não dá aula nem
em universidade, vira um dos maiores gênios traficantes, fazendo seu nome ecoar
longe e gerar medo em muita gente? Como ele chegou a isso?
Ah, meu amigo, baixe a série, ligue sua TV, assine a Netflix, vá na casa
do seu amigo para ver... faça qualquer coisa, mas vá assistir essa série para
que possa entender tudo isso, pois essa história é uma das melhores já
desenvolvidas no ramo do entretenimento. Não há pressa, não a necessidade de
agitação. Ela é tão bem cuidada que até as roupas, suas cores, suas formas são
pensadas com um propósito. Cada ator, cada personagem, cada fase que cada um
deles passa é memorável do começo ao fim. A cada temporada, o nível de
qualidade de produção e atuação aumenta muito. Os atores, o enredo, a história,
as montagens das cenas, sequencias, construção de narrativa são de uma
qualidade excepcional. Vemos ao final desse incrível arco o como uma pessoa
pode se corromper, gerando desastres em todas as vidas que o cercam, incluindo
mentiras, traições, mortes, escravidão, sofrimento e muita dor. Tudo pelas mãos
e pela vontade de um anti-herói gênio, sociopata, mesquinho, arrogante, astuto,
audacioso que nós simplesmente amamos por um motivo que eu ainda não consigo
entender.
E pensar que antes ele era apenas um professor fracassado de química e
com câncer.
1 – Sons of
Anarchy.
(7 Temporadas – Criador da Série: Kurt
Sutter)
E aqui chegamos ao final de uma jornada. Escrevi tanto, relembrando todas
as séries com tanto afeto que inúmeras vezes fiquei com vontade de revê-las. E
eis então que chegamos ao primeiro colocado: Sons of Anarchy. Só ao pronunciar
esse título já sinto o quanto essa série é pesada. São longas 7° temporadas,
com episódios que variam muito de duração, em uma trajetória rumo ao caos e
morte. Aqui conhecemos, na minha opinião, se não o melhor protagonista de
todos, um dos melhores. De cara percebi que o ator, Charlie Hunnam, é o que interpretou o Pit do filme Hooligans, e o
que faz Raleigh Becket em Círculo de Fogo. Só por aí percebemos o quão bom esse
ator é. Mas creio que sua melhor atuação foi nessa série, dando vida ao
“demônio” Jackson Teller.
Porque essa série é maravilhosa? Porque ela lida com situações extremas,
porque ela lida com a natureza mais obscura da humanidade, porque ela trata de
homens gananciosos, porque ela trata da vida, da realidade da alma humana a um
nível tão alto que me faz ter repulsa. A história é desenvolvida de uma forma
que a cada temporada as coisas saiam cada vez mais do controle de Jax, envolvendo-o
em um buraco mais profundo que o outro, mostrando mentiras que levam a ruínas,
traições, estupros e mortes que te deixaram espumando de raiva. E diante de
tudo isso, sentimos de uma forma tão sincera e pura o quanto aquele grupo de
motoqueiros é uma verdadeira família, tendo apenas uns aos outros em um mundo
virado de ponta cabeça.
Nós sentimos e entendemos o que é um irmão. É mais que a ligação de
sangue, muito mais, ela remonta a uma ligação de espírito entre seus membros, e
é por isso que eu chorei muito com a morte de alguns integrantes (nem venha de
“spoiler” que em praticamente todas as séries alguém vai morrer. Sem mimimi). Charlie Hunnam da literalmente um show;
as expressões, a grandiosa interpretação que faz de Jax é magnífica ao extremo. Eu sentia medo em seus momentos de
fúria, sentia compaixão e tristeza enquanto ele chorava, raiva quando era
traído e angústia quando percebia que não importava o que ele fizesse para
impedir o caos, nada daria certo. Nada. É como você estar de mãos atadas e ver
a degradação humana sem poder fazer nada, a não ser chorar.
O protagonista muda tanto, de uma forma tão extrema, sendo corrompido
inconscientemente pelo meio em que vive, tentando desatolar o tempo todo os bois,
que ao terminar a série, pensamos: “porque eu vi ela? Porque eu gostei tanto dela?”. Uma pergunta que poderia
ser respondida pela inominável atuação de cada ator, pela história extremamente
dramática e pesada, pelo incrível laço que criamos ao grupo de motoqueiros,
principalmente ao Jack. Podia ser respondida por todas esses exemplos, mas a
resposta mais sincera que encontrei é que assisti porque nós humanos gostamos
de ver a desgraça acontecendo, pois – e você pode negar com todas as suas
forças isso que falarei – conseguimos nos identificar com as almas corrompidas.
Tudo isso porque enxergamos que o mundo pode seguir descontroladamente para o
caos, acabando sempre em mortes. Não importa se você é a pessoa mais bondosa do
mundo, a mais carismática e doce possível; você nasceu em uma sociedade, e a
partir desse momento você já foi corrompido pelo meio. Sei que não há verdades
no mundo, mas bem que essa podia ser uma.
. . . . . . . . . . . . .
Trazendo algumas
resalvas finais, gostei muito da Série do Demolidor, do Marco Polo, Narcos, 12 Monkeys mas diante de títulos como esses acima não havia espaço. O que me fez iniciar
tudo isso é a minha outra queridinha de coração: Prision Break, que apesar de
revê-la esse ano, decidi deixar de lado por ela ser especial. Destaque desse
ano também vai para Fear The Walking Dead, em que gostei bastante da ideia de
da forma que foi contada. Lembrando a todos que essa é a minha lista com as
minhas opiniões, sendo que falta ainda muitas séries para eu assistir.